Auricchio tira dinheiro de obras para pagar servidores

José Auricchio Júnior (PSD), prefeito de São Caetano do Sul, a pouco mais de um mês de deixar o comando do Palácio da Cerâmica, tem feito malabarismo financeiro para honrar a folha de pagamento.

O chefe do Executivo, a toque de caixa, enviou para a Câmara projeto, votado na manhã desta sexta-feira em duas sessões extraordinárias, que o autoriza remanejar R$ 77,3 milhões empenhados em obras estruturantes para pagamento de salários, 13° e precatórios. Apesar de críticas e apontamentos de vereadores da oposição, o texto foi aprovado por unanimidade, foram 18 votos favoráveis e nenhum contrário. O presidente da Câmara só vota em caso de empate.

Do total possível a ser movimentado, R$ 44,8 milhões será retirado de obras de combate às enchentes, entre elas, a do piscinão em construção no campo do Clube Fundação, às margens do Rio Tamanduateí.

A peça abre créditos adicionais suplementares para custeio de despesas correntes da Prefeitura, USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Câmara e Fundação das Artes.

Auricchio, no projeto enviado à Câmara, alega “necessidade de alteração em um ato de respeito à natureza econômica, jurídica e política da despesa pública. Em síntese, a propositura requer a alteração, a partir da anulação de dotações existentes e suplementação de recursos, para as despesas obrigatórias referentes à folha de pagamento e precatórios, ou seja, já estabelecidos no instrumento original”, trouxe trecho do documento.

Em tese, a Prefeitura e os vereadores governistas, justificam que a medida se faz necessária para “ajustar as contas no final do exercício financeiro”.

Os R$ 77,3 milhões integram empréstimo de R$ 145.603.188,17 solicitado junto à CAF (Corporação Andina de Fomento), organização internacional. Todas as operações de crédito são em dólar, o que encarece ainda mais os valores tomados e a serem pagos.

Vale lembrar que o projeto do ReFundacão, pacote de obras de melhorias do Bairro Fundação e combate às enchentes teve início 13 anos após o projeto inicial ter sido apresentado por Auricchio.

A falta de planejamento e cuidados básicos com as finanças elevam o endividamento da cidade e podem colapsar o Orçamento, isso porque, com se tirou dinheiro de um lado para pagar contas, como salários, será preciso repor o recurso para conclusão das obras, é o famoso “descobre um santo, para cobrir outro”.

“Eu pergunto a vocês, isso é ou não é incompetência dessa gestão? Nós avisamos vocês e agora vamos pagar mais quatro anos toda essa incompetência”, declara Marcelo Camargo, político e empresário.

FOTO: Reprodução

Postagens Populares

Edit Template