Jovem revolucionária, este é o estereótipo que Laura Passarella Carajoinas quer passar para o mundo. A garota também gosta de ostentar o título de “coordenadora da Casa Alceri Gomes”, nome dado à invasão a um imóvel particular na Rua José Benedetti, em São Caetano. Entretanto, a autodeclarada estudante, que defende taxação das grandes riquezas e condena a “burguesia”, é na verdade uma “rebelde” de família tradicional e rica da cidade Mairiporã. Equipamentos públicos e até logradouros levam o sobrenome da família.
Laura, militante de extrema-esquerda, faz socialismo com o bem dos outros, enquanto protege seu patrimônio e cobra centavo por centavo. Para tirar de outros, não hesita, mas para defender sua própria riqueza, até a Justiça procura para processar a tia.
A falta de coerência de Laura impressiona. Durante sua vida, sempre teve do bom e do melhor, nunca precisou trabalhar para garantir o próprio sustento. Durante sua jornada estudantil estudou em um dos mais caros e tradicionais colégios particulares de Mairiporã.
Na cidade em um lindo e confortável sítio, reside sua mãe. Seu pai, já falecido, herdou diversos imóveis, um deles alvo de uma batalha judicial.
A casa na Rua Dona Laura Barbosa Nascimento, 64, foi alugada para a Prefeitura mairiporense que adaptou o imóvel para uma unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial). A residência pertencia a Maria Alice Travassos Carajoinas e Antonio Carlos Carajoinas, avós de Laura, que após o falecimento deixaram diversos bens para os quatro filhos, um deles, Maurício Carajoinas, falecido em abril de 2021, pai da invasora de São Caetano.
Com direito ao imóvel, Laura não deixou barato e processou a tia Elaine Carajoinas Moreno Bonilha. Segundo a jovem revolucionária, a sua familiar sem pedir autorização assinou o contrato em nome do espólio e começou a receber os aluguéis da Prefeitura, porém, sem nunca ter passado aos herdeiros. Tal situação irritou Laura, que discorda da atitude e exige uma compensação.
Atualmente o imóvel está alugado por R$ 8.065,58.
Para tentar receber sua parte, Laura buscou a Justiça para ter acesso à sua cota e ainda pede retroativos superiores a R$ 30 mil.
O processo começou a tramitar na Justiça ainda em 2021, porém, em vias de conciliação e tem se arrastado ao longo dos anos sem acordo entre os familiares. Em outubro do ano passado, a Justiça determinou que Elaine fizesse repasses para todos os herdeiros, incluindo Laura. Como os depósitos não foram realizados, o juiz Cristiano Cesar Ceolin, da 1ª Vara Cível de Mairiporã, determinou no final de 2024 que a Prefeitura passasse a creditar os valores direto nas contas dos respectivos herdeiros.
Laura Carajoinas então conquistou o direito de receber mensalmente R$ 1.008,20, 12,5% da cota parte a qual lhe pertence.
A revolucionária, entretanto, segundo familiares, quer apenas os bônus, mas os ônus têm deixado de lado. Em linhas gerais, ela apenas recebe a parte dela, mas não quer pagar contas pendentes da casa na qual seu pai residia na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, ou com as custas da exumação do avô, que conquistou todo o patrimônio e deixou para família após sua morte.
No dia 12 de janeiro, enquanto um pequeno grupo seguia no imóvel invadido em São Caetano, Laura que cobra centavo por centavo de sua tia, pede PIX para desconhecido para apoiar uma suposta causa social e vai aos semáforos da cidade pedir dinheiro, estava curtindo férias na badalada Florianópolis, capital litorânea de Santa Catarina.
Outros familiares dizem, que Laura, até para a Disney viajou, claro, com o dinheiro do pai.
Hoje, o grupo que tem Laura como uma de suas lideranças, fará uma caminhada do imóvel invadido até Prefeitura de São Caetano. A ideia do movimento invasor é o de causar comoção social e pressionar o governo Tite Campanella (PL).
É importante lembrar: há uma determinação judicial para que o grupo desocupe o imóvel até dia 12, caso não o faça, o uso da força policial está autorizado para retirar os invasores e garante o direito de posse ao real proprietário.
Laura, atualmente mora no bairro Utinga, em Santo André.
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