Absurdo, esta palavra, no mínimo, define o que acontece na saúde de São Caetano do Sul há anos e agora, com coragem, uma mãe registra boletim de ocorrência contra a Prefeitura por causa de uma falha em diagnóstico de um médico do Hospital Municipal Infantil Márcia Braido, em São Caetano do Sul.
A história toda começou no dia 30 de outubro, quando a mãe de uma bebê de apenas dois anos a levou na unidade com febre e vômito. A família mora no bairro Santa Paula.
No Hospital Infantil, o pediatra examinou a criança e observou uma fístula no ouvido direito. Ele até pediu opinião de uma outra médica antes de fechar o diagnóstico. Feitos os exames clínicos, o médico indicou como tratamento uso de antibiótico, não disponível na rede municipal, obrigando a família a tirar do próprio bolso mais de R$ 200 para comprar a medicação, porém, após alguns dias de uso continuo da medicação, a criança voltou a ter febre alta e vômitos.
Na tentativa desesperada de buscar auxílio, conseguiu na Unidade Básica de Saúde Moacir Gallina, no dia 8 de outubro, consulta em pediatria. A médica então identificou corpo estranho, encapsulado por secreção e fez encaminhamento com urgência para um otorrinolaringologista para que o especialista fizesse a remoção.
Entre idas e vindas, a mãe da criança ouviu que não haveria profissional disponível para tal procedimento e que ela deveria levar a filha na rede particular.
Temendo o pior e sem apoio da gestão José Auricchio Júnior (PSD) que colocou para comandar a Saúde de São Caetano o advogado Guilherme Esposito, a mãe registou um boletim de ocorrência no 1° Distrito Policial e levou à filha para um hospital público na cidade de São Paulo, para finalmente ter sua filha trata com a devida atenção. O corpo estranho, colorido, foi removido do ouvido e o tratamento para a infecção iniciado de forma correta.
Estranhamente, após o registro da ocorrência, que apura suposta negligência, a secretaria de Saúde, agendou uma consulta de imediata com um otorrinolaringologista.
“Se não bastasse as imensas fulas no pronto-socorro (Hospital de Emergências Albert Sabin) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Júlio Marcucci Sobrinho, filas para atendimento em clínica geral (vale lembrar que a Prefeitura promoveu ao menos dois mutirões este ano nesta área para reduzir a espera), agora temos imperícias médicas e negligência. Era só o que faltava.
Enquanto isso, quem deveria fiscalizar, dorme em berço esplêndido”, indigna-se Marcelo Camargo, político e empresário.
Para não expor a família, o anonimato foi mantido. No entanto, toda documentação e cópia do B.O. foram acessadas para checar a veracidade da denúncia.
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