O prefeito de São Caetano, Tite Campanella (PL), além de não mostrar identidade própria e fazer um governo desgarrado do seu antecessor e padrinho político José Auricchio Júnior (PSD), sofre pressão é se vê obrigado a ceder aos desejos de Marcelo Lima, prefeito de São Bernardo.
O podemista, desde que assumiu a presidência do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que para muitos é mais conhecido como “clubinho dos prefeitos”, tem, sempre que pode, jogado na mídia e aos quatro cantos da região, que São Caetano estava em vias de retornar ao colegiado, mesmo a contragosto de Tite.
Na sexta-feira (7), o chefe do Executivo são-caetanense em visita ao Piscinão Jaboticabal, ao lado de Marcelo Lima, Gilvan Junior (PSDB), prefeito de Santo André, e Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, afirmou à imprensa que as críticas ao Consórcio continuavam, uma vez que o modelo de governança não havia mudado e a entidade colegiada segue com “os mesmos defeitos”.
Nos bastidores, pessoas ligadas a Tite afirmam que ele teve que ceder aos caprichos de Marcelo Lima, que conseguiu trazer para o Consórcio Ricardo Nunes como membro colegiado. Além disso, com uma cidade de fora da região, o liberal de São Caetano ficou constrangido e não aguentou a pressão, mesmo dizendo, há anos que não voltaria para os quadros da entidade regional.
Entretanto, dias depois, na terça-feira (11), o Diário do Grande ABC, trouxe notícia de que Tite enviaria projeto para a Câmara.
Sem conseguir sustentar sua palavra, Tite elaborou o projeto de lei de retorno ao Consórcio. O texto já tramita na Casa e será lido hoje em plenário e votado na quinta-feira em sessão extraordinária.
Situação e oposição já demonstram simpatia com a pauta que será aprovada sem grande resistência.
Com São Caetano retornando ao Consórcio, passivo deixado por Auricchio, atualmente na casa do R$ 1 milhão, deverá ser pago, além da associação com parcelas mensais de aproximadamente R$ 250 mil.
Enquanto aplica-se dinheiro em uma entidade que pouco faz por São Caetano, há corte de gastos em obras e na Saúde, por exemplo.